* - NEM AVANÇAR...NEM RECUAR. - *
Não posso mais...
Estou quebrada, estou arrasada...
Desde algum tempo,
venho lutando para escapar,
escapar à tentação que,
ora discreta...
ora persuasiva, sensível ou sensual,
dança em volta de mim,
como em torno das barracas de feira,
a rapariga brejeira.
Não sei mais o que fazer,
não sei mais onde ir.
Tu me espreitas,
me acompanhas,
tu me invades...
Fujo do meu quarto, lá estás...
recostado, a me esperar.
Na sala em que penetro,
apanho um jornal,
e eis teu rosto,
oculto nas palavras,
de um artigo inofensivo...
Saio, te encontro a sorrir,
por trás de um rosto desconhecido.
Volto às costas,
olho a parede,
tu surges de um cartaz...
Entro em casa para trabalhar,
tu cochilas em meus livros e,
ao pegar em meus papéis,
eu te desperto...
Desesperada,
ponho a minha pobre cabeça,
entre as mãos,
fecho os olhos,
para não ver mais nada.
Mas descubro-te mais vivo .
Mais vivo do que nunca,
instalado em minha casa fechada,
como se fosse...
tua própria casa.
Pois tu arrombaste minha porta.
Instalas-te em meu corpo,
nas minhas veias,
até as pontas dos dedos...
Cantas ao ouvido de minha imaginação,
toca meus nervos,
como se fossem cordas de violão.
Já não sei mais a quantas ando.
Nem mesmo sei se desejo este pecado,
que me acena...
Não sei mais se fujo dele,
ou e o persigo.
Sou tomada de vertigens,
o vácuo me atrai,
como atraí...
ao imprudente alpinista,
que não pode mais,
NEM AVANÇAR ... NEM RECUAR...
LEINECY PEREIRA DORNELES
CASSINO - RIO GRANDE - RSUL
Estou quebrada, estou arrasada...
Desde algum tempo,
venho lutando para escapar,
escapar à tentação que,
ora discreta...
ora persuasiva, sensível ou sensual,
dança em volta de mim,
como em torno das barracas de feira,
a rapariga brejeira.
Não sei mais o que fazer,
não sei mais onde ir.
Tu me espreitas,
me acompanhas,
tu me invades...
Fujo do meu quarto, lá estás...
recostado, a me esperar.
Na sala em que penetro,
apanho um jornal,
e eis teu rosto,
oculto nas palavras,
de um artigo inofensivo...
Saio, te encontro a sorrir,
por trás de um rosto desconhecido.
Volto às costas,
olho a parede,
tu surges de um cartaz...
Entro em casa para trabalhar,
tu cochilas em meus livros e,
ao pegar em meus papéis,
eu te desperto...
Desesperada,
ponho a minha pobre cabeça,
entre as mãos,
fecho os olhos,
para não ver mais nada.
Mas descubro-te mais vivo .
Mais vivo do que nunca,
instalado em minha casa fechada,
como se fosse...
tua própria casa.
Pois tu arrombaste minha porta.
Instalas-te em meu corpo,
nas minhas veias,
até as pontas dos dedos...
Cantas ao ouvido de minha imaginação,
toca meus nervos,
como se fossem cordas de violão.
Já não sei mais a quantas ando.
Nem mesmo sei se desejo este pecado,
que me acena...
Não sei mais se fujo dele,
ou e o persigo.
Sou tomada de vertigens,
o vácuo me atrai,
como atraí...
ao imprudente alpinista,
que não pode mais,
NEM AVANÇAR ... NEM RECUAR...
LEINECY PEREIRA DORNELES
CASSINO - RIO GRANDE - RSUL
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