terça-feira, 27 de maio de 2008


* - FRUSTRAÇÃO - *

A chuva no seu ritmo constante,
num desafogo total,
debruça-se sobre a terra.
Só, em meio á escuridão,
perambulo pelo meu quarto,
ora escutando a melodia triste,
que se desprende do gotejar contínuo...
Ora vasculhando através da vidraça,
a noite fria, o céu,
onde parece abrigar-se toda a mágoa,
toda a tristeza do mundo.


Nem uma estrela, nem uma réstia de luz
a romper as trevas assustadoras.
O tique-taque do relógio,
no seu ritmo dolente,
faz despertar-me amargas recordações,
de um passado,
que de todo não morreu...


Intensa angústia
apossa-se de meu coração,
como se um vulto de alguém,
saído das trevas,
o espezinhasse cruelmente,
até se entranhar na carne,
vendo-a por fim, sangrar...


As lágrimas ardentes, deslizam.
Deslizam e encontram-se nos lábios
onde depositam amargo sabor;
sabor de coisas perdidas,
de uma felicidade,
que não mais há de voltar...


LEINECY PEREIRA DORNELES
CASSINO- RIO GRANDE - RSUL


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